Passeios de Istambul
Continuamos a conhecer a cidade de ônibus junto com o grupo. Hoje fomos ao palácio que foi construído no século 17, segundo nosso guia, quando o império Otomano já estava perdendo a força e parte do território para os vizinhos.
Com esse cenário o sultão se mudou para um palácio menor de apenas uns 280 quartos, com arquitetura e decoração mais ocidental para que fosse reconhecido como um estadista modernista visando facilitar as relações internacionais. Nesse palácio tem o maior lustre o mundo, presente da rainha Vitória, com peso estimado de 4 toneladas… E é bem bonito mesmo… Mas não pudemos fotografar porque a segurança é muito rígida.
Depois fomos conhecer o lado asiático de Istambul, a velha Antioquia ou Angorá. Esse lado é mais residencial, tradicional, com casas de famílias ricas. Paramos para um lanche num restaurante que tem um mirante com vista para o lado europeu, e conforme uma das viajantes do grupo:
– Aqui, sentada na Ásia, com essa vista deslumbrante do Bósforo e olhando a Europa, dá para esquecer que um dia eu fui pobre…
É claro que essa sensação durou uns vinte minutos apenas, mas valeu a pena…
Voltamos para o hotel com a tarde livre e resolvemos almoçar com outros dois casais amigos de Salvador, paramos num restaurante simpático numa rua bem comercial de muito movimento. Para facilitar o pedido resolvemos pedir um prato tipo “mistão” que vinha com frango, carne, legumes e alguns pedaços de pizza. O que entendemos que o garçom disse era que atendia a 6 pessoas e no cardápio estava com o preço de 21 libras turcas.
Quando o prato chegou tivemos uma crise de riso, quer dizer eu tive porque cheguei a chorar de tanto rir. O prato era preparado numa grande bandeja com um balde no meio que tinha um fogareiro aceso. As labaredas chegavam a uns 30 cm de altura e quase pegavam no rosto e cabelo de Benedito que por azar estava sentado no meio da mesa…
Rosa, sua esposa, tentava comer, mas a bandeja era tão grande que quase não sobrava espaço para seu prato, e cada vez que alguém falava alguma coisa sobre a escolha ou sobre o fogaréu minha crise de riso começava novamente, até agora quando escrevo e me lembro da cara de Bene perto do fogo começo a rir de novo.
Quando a conta chegou surpresa de 21TL por pessoa, apesar de não ser isso o que estava escrito.
Depois passeamos pela rua em busca de boas compras, sem achar muita coisa. De novo o pobre Benedito precisava comprar roupas porque sua mala foi a única do grupo que não chegou de Portugal, foi direto para Roma e se desencontrou dele.
À noite fomos assistir ao grande show para turistas com dança do ventre e dançarinos cossacos, mas a grande atração foi um showmam que cumprimentava o público em sua língua natal, e claro, sabia uma música de cada país. No nosso caso era “Garota de Ipanema. Mas como brasileiro é safo, acabamos cantando as músicas de vários países como Itália, México, EUA… em espanhol, inglês, italiano, castelhano, e quando não fazíamos a menor idéia de que língua era, era só fazer um laialá acompanhando o ritmo para ajudar e fazer volume na cantoria do povo… mas como tem gente sem graça no mundo… Já imaginou meia dúzia de japonês cantando, uns 3 ingleses, canadense? Depois do Brasil, o povo mais animado era italiano, claro, depois os alemães para minha surpresa, e de cair o queixo, a mesa de iranianos que estavam ao nosso lado que cantaram e seguraram o ritmo direitinho… Acho que nunca estive tão perto de tantos iranianos em minha vida… Gostei da galera…
Grand Bazzar
Segundo nosso guia Joaquim, a imagem que os brasileiros tem dos turcos não é a real. Para nós todos os comerciantes são turcos, mas são na verdade árabes. Ele faz questão de diferenciar as nacionalidades, pois para nós turcos, árabes, sírios, libaneses são tudo a mesma coisa. É a mesma coisa de americano que confunde brasileiro com boliviano e argentino.
Fomos a dois grandes centros de compras populares o Grand Bazzar e o Mercado de Especiarias, ambos vendendo alimentos especialmente doces e especiarias, jóias bijuterias, bolsas, casacos de couro, tapetes, lustres MARAVILHOSOS, copos, pratos, jarros e tudo o que você puder imaginar de coisas especiais dessa terra…
A negociação foi meio estressante para mim, apesar de que Otávio entendeu melhor o processo… Em alguns casos você pergunta o preço e o valor é tão absurdo que você vai embora, daí o vendedor sai atrás de você abaixando o preço e o que era 50€ pode sair por 5€, você fecha o negócio mas fica com a impressão que poderia ter chegado até a 1€ que ainda assim levaria o produto… ou pior ainda, é quando você pergunta o preço e o vendedor pergunta quanto você quer pagar. Como assim? Nós não temos a menor noção de quanto vale a coisa… e se eu oferecer 10€ e valer 1€? Se o cara aceitar de primeira você dançou porque valia bem menos e ai não tem mais volta… é difícil…
É diferente de pechinchar.
Pechinchar é quando você sabe o quanto vale e negocia para baixar o preço até você entender que está justo…
Negociar no Grande Bazzar é como um jogo de azar: você nunca ganha! Mesmo quando você pensa que fez um bom negócio, a banca sempre ganha… Mas é divertido praácaramba e vale a pena porque cada vasinho ou pratinho decorado vale qualquer preço que se pague… 1, 10 ou 100€, o que importa é o mino que você vai levar para casa.